A Grande Demissão: o que foi e o que aprendemos com ela

2021 e 2022 foram anos cheios de desafios para todos. No mercado de trabalho vivemos o que foi chamado de A Grande Demissão. Há quem diga que essa tendência continua muito forte, por isso é preciso analisar o que já aconteceu e debater o que já aprendemos. Afinal, os fatores motivadores já não são mais os mesmos.

Sumário

Entre 2021 e 2022 o mundo viveu uma onda de demissões voluntárias, que abalaram diversos setores do mercado.

Alguns especialistas dizem que isso é uma tendência que irá continuar.

Então o que nós, líderes, podemos fazer para que o nosso time não se desfaça do dia para noite?

É sobre isso que vamos falar hoje: o que motivou a grande demissão e qual é o papel de um líder frente a essa situação.

O que foi a grande demissão?

O termo “A Grande Demissão” foi criado pelo Dr. Anthony Klotz, um psicólogo organizacional e professor de negócios associado da Universidade Texas A&M, durante a época da pandemia.

Primeiro, vamos contextualizar.

O ano de 2020 trouxe inúmeros desafios para humanidade, devido à pandemia de COVID-19.

Além da tensão vivida, mundialmente, pela pandemia nós tivemos que passar por diversas adaptações quando o assunto era trabalho.

O reflexo disso foi sentido, principalmente, em 2021, quando 47 milhões de pessoas pediram demissão de seus empregos nos Estados Unidos.

No Brasil, essas demissões continuaram a acontecer em 2022.

Os dados apontam que no primeiro trimestre de 2022 mais de 1.7 milhões de pessoas saíram dos seus empregos.

Para Klotz, esse fenômeno foi um resultado inevitável da soma de 4 fatores:

  1. sobrecarga emocional sofrida pelos trabalhadores,
  2. refreamento das trocas de emprego durante a fase mais crítica da COVID,
  3. a percepção da necessidade de se manter um equilíbrio entre vida pessoal e profissional,
  4. e a descoberta da autonomia existente no trabalho remoto.

Outros países também enfrentaram essa onda de pedidos de demissões, como, por exemplo, Reino Unido, Espanha, Austrália, França e Singapura.

Quais setores lideraram a Grande Demissão?

Houveram dois aumentos durante a pandemia que fomentaram essas demissões: o de oportunidades e o de desafios.

De repente, as empresas que quisessem se manter em funcionamento, precisaram enviar seus funcionários para o trabalho remoto e com isso foram obrigadas a investirem em tecnologia.

Esse foi um setor em que muitas demissões ocorreram, e os profissionais da área migraram para o trabalho autônomo, assim puderam passar a ofertar seus serviços para mais de um cliente e não apenas para um só empregador.

Por outro lado, para os trabalhadores da saúde o cenário foi diferente. As jornadas de trabalho aumentaram, além da sobrecarga física, mental e emocional ter se tornado muito grande.

Em muitos casos, as demissões desse setor ocorreram porque eles chegaram aos seus limites.

Fatores que influenciam na decisão de permanecer ou sair do emprego

Um funcionário pode ter mais de um motivo para pedir o seu desligamento da empresa.

Até mesmo as demissões ocorridas durante “A Grande Demissão” tiveram múltiplos fatores, e estes foram diferentes entre as pessoas que saíram de seus empregos.

O único fator em comum, entre todas elas, foi que o mundo inteiro enfrentou uma verdadeira crise causada pela pandemia.

Porém, alguns especialistas afirmam que essa tendência já era percebida antes de 2021 e irá continuar acontecendo, e os motivos podem ser aspirações pessoais ou profissionais, insatisfação com a remuneração, com o ambiente ou com a jornada de trabalho ou ainda a busca por mais equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Apesar do salário aparecer como o fator mais mencionado pelos trabalhadores, segundo os dados da pesquisa realizada pela PwC Brasil, em 2021, ele não garante a permanência de alguém na empresa.

Os três fatores seguintes foram:

  1. Achar o trabalho gratificante
  2. Poder ser quem realmente é no ambiente de trabalho
  3. Reconhecer a importância do seu trabalho para o desempenho da equipe

O papel dos líderes

Os fatores mencionados acima referem-se ao senso de propósito do trabalhador e nessa área a boa atuação de um líder é fundamental.

É papel do líder ter empatia para se conectar com o time e compreender os desejos e as aspirações de cada um.

Além, é claro, de difundir entre todos o propósito geral do time e da empresa, para que as pessoas consigam entender o propósito de suas próprias funções.

Outro ponto importante é que um líder entenda que todo time é formado por pessoas que possuem personalidades e habilidades distintas.

É o próprio líder o responsável por reconhecer e valorizar essas habilidades.

Por fim, mas tão importante quanto, é que se entenda o valor da comunicação entre líder e time.

Não só pelo fato já citado acima, mas para que as pessoas tenham um retorno de como a empresa, ou o líder, está vendo o trabalho delas e como ele pode avançar.

Para isso eu indico duas ferramentas: o debriefing e as reuniões de feedback.

Ou você se torna um líder que compreende a importância do propósito para o seu time ou você irá perder os melhores talentos dele.

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